sábado, 23 de outubro de 2010

A Fazenda 3: barraco é entretenimento

Tico Santa Cruz, Dudu Pelizzari, Britto Jr, Monique Evans, Geisy ArrudaO brasileiro não sabe votar em reality shows. A eliminação precoce de Monique Evans e Geisy Arruda em A Fazenda 3, da Record, comprovam que o telespectador prefere mandar a razão às favas e age com a emoção na hora em que decide quem permanece ou sai do programa. Com isso, acaba cometendo uma tremenda bobagem, pois voto deve ser sempre consciente – seja em um programa de televisão, seja no processo eleitoral.

Eliminar participantes polêmicos nas primeiras semanas de um reality show é como matar o vilão de um filme logo nos primeiros minutos da trama. Pouco me importa se Monique Evans e Geisy Arruda não eram simpáticas ou provocavam ira em parte dos telespectadores pelo comportamento dissimulado. Tirá-las de A Fazenda 3 foi desperdiçar um dos grandes atrativos do reality show: o conflito humano. Afinal, barraco é entretenimento.

Atrações que apostam na convivência só têm graça quando há divergência entre os participantes. Seja em A Fazenda ou no Big Brother Brasil, seja em O Aprendiz. A diversão surge do bate-boca por motivos fúteis e da vaidade que nunca consegue ser reprimida. Na atração da Record, a primeira semana de confinamento foi explosiva. Tudo era motivo para discussão, dedo na cara, berros e ameaças entre os participantes.

A mesquinharia do ser humano é o combustível dos reality shows. Não sou chato a ponto de encarar este tipo de programa como um experimento sociológico. Porém, certamente os reality shows servem como espelho de uma sociedade cada vez mais egoísta, onde a moral praticamente inexiste e a ética passa a ser elástica, pois os interesses individuais sobrepõem o bem comum.

Poltrona

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