sábado, 13 de novembro de 2010

“Sansão e Dalila” recria clima histórico em antiga fortaleza fluminense

O pátio da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, foi tomado pela fictícia feira de Timna da próxima minissérie “Sansão e Dalila”, da Record. “Peraí, deixa só passar o avião”, irrompe, pelo alto-falante, a voz do diretor João Camargo. No Rio de Janeiro, a equipe de gravação se desdobrava para driblar o barulho constante de aviões e navios. Para retratar o ano da trama adaptada por Gustavo Reiz, 1100 a.C., foram providenciados aproximadamente 60 figurantes devidamente trajados com a roupa da época, além de cenografia específica e até animais –entre eles, um burro, três cavalos, oito cabras e  aproximadamente 20 galinhas. “Abaixa um pouco a cabeça, Pavão”, pede o diretor, se referindo ao protagonista, Fernando Pavão.

Depois da marcação ser feita, o diretor João Camargo explica a cena em que Dalila (Mel Lisboa), será incentivada a dançar pela amiga Myra (Luiza Curvo). “Tivemos aula com a preparadora corporal Maria Silva. Foi ótimo. Além disso também fizemos workshop com o historiador Maurício Santos”, conta Luiza minutos antes de juntar-se à cena com Mel. Na minissérie, Sansão (Fernando Pavão) é um homem de força extraordinária que tem todo o segredo de seu poder nos próprios fios de cabelo. Só que, para sua tristeza, ele é traído pela amante Dalila. Na cena filmada na fortaleza, eles ainda não se conheceram.

Dois holofotes ajudam a garantir uma boa iluminação quando o sol sai de cena para eventual descanso. Em contrapartida, a equipe de maquiadores está constantemente atenta às variações de luz que aumentam o calor e, por conseguinte, faz o elenco transpirar. O vento é outro fator que merece atenção de todos os profissionais. “Ação, figuração, música!”, diz o diretor. A base instrumental parece simples: alaúde, “daff” –uma espécie de pandeiro oriental–, flauta e corneta. A música deixa as atrizes bem mais à vontade ao dançar. “Dança, Dalila, dança!”, incentiva o diretor dentro de uma ilha de edição improvisada em uma tenda móvel.

Terminada a etapa de danças, o elenco se prepara para o quase encontro entre Dalila e Sansão. Maquiadores no set de gravação. Tudo para minimizar os efeitos do forte vento que atravessa as enormes passagens da fortaleza. Os animais em cena em nada incomodam os presentes, tudo observado pelos olhares atentos de dois adestradores devidamente caracterizados. “Finge que passou um gatinho ali. Empolgação! Ah, Luiza, cuidado para não levantar muito o rosto”, avisa João Camargo para garantir um melhor enquadramento.

Silêncio e a gravação é retomada. “Você me ensinou. Como é aquela dança?”, pergunta Luiza Curvo, na pele da animada Myra. “Eu que ensinei?”, responde, se fazendo de desentendida Dalila, interpretada por Mel Lisboa. A música instrumental toma conta de parte da fortaleza. Na pele de Sansão, Fernando Pavão, observa as moças e fica levemente hipnotizado. “Agora foi perfeito, mas só que veio o avião”, desabafa o diretor João Camargo. “O que falta? É barco, helicóptero, navio, avião. Falta Fórmula 1. Não é nada com vocês. É com a gente aqui”, completa. Elenco retoma a posição. Luíza e Mel têm a maquiagem retocada. Já vivendo Myra e Dalila, elas protagonizam a fuga das duas quando soldados filisteus se aproximam. “Vamos embora!”, grita Dalila. Quando tudo caminhava para o fim da gravação, uma das cabras berra em alto e bom som. “Tinha isso no texto?”, brinca o diretor.

Por Gabriel Sobreira

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