quarta-feira, 31 de março de 2010

Para Boninho, ‘ogro’ Dourado foi melhor jogador, mas errou
Diretor-geral de Big Brother Brasil, J.B. Oliveira, o Boninho, faz uma avaliação bastante crítica dos participantes do reality show. Para ele, Dourado foi o melhor jogador, “mas também foi péssimo”, Fernanda só decolou após uma ajuda da produção e Cadu vacilou ao não ser “machão, não ter agarrado Lia”.

O programa terminou ontem, com recorde (da edição) de 39,5 pontos na prévia do Ibope da Grande São Paulo e Dourado _que Boninho chama de “ogro” e de “nosso Clint Eastwood”_ com R$ 1,5 milhão no banco.

“Esse jogo não teve surpresa alguma. A Fernanda só deu a grande virada porque a gente, deliberadamente, deu a carta da família para ela”, resume Boninho.

Para quem não se lembra, Fernanda mudou seu comportamento no confinamento, passando a ser mais extrovertida e jogadora, após receber uma carta de família que dizia que ela estava “SOLTEIRA”, em “caps lock”. Era uma clara mensagem para ela se soltar. Até então, Fernanda media seus atos porque temia a reação do namorado, evangélico, que reprovava sua participação no programa.

Boninho acredita que a final seria diferente se o grupo de Dicesar não tivesse adotado uma “estratégia totalmente errada”. “O erro foi quando estava três a dois [Cadu, Dourado e Lia contra Dicesar e Fernanda], quando ainda podiam reequilibrar o jogo. Se tivessem jogado, se, ao invés de indicar Dicesar ao paredão, Fernanda tivesse indicado Lia ou Cadu, com certeza Dicesar estaria na final. A história do BBB 10 poderia ser diferente”, analisa.

Mas Fernanda ter superado Lia no último paredão não foi uma surpresa? Não. Boninho explica: “A Lia tinha uma rejeição muito grande. Ela só bateu a Anamara porque o grupo do Dourado deu força para ela”.

Na opinião do diretor-geral do reality show, faltou a Cadu, na reta final, “uma luz”. “Ele devia ter sido mais machão, ter agarrado a Lia. Se tivesse feito isso, teria mudado o jogo, mas ficou com o personagem bonzinho, não passou disso”, diz.

“Quando ele [Dourado] explodiu [no choro], mostrou seu lado humano. Falou para o público: Sou monstro, mas tenho coração. Foi o momento da virada”

Para Boninho, Dourado foi o “maior jogador” porque soube tirar proveito da rejeição que sofreu, inicialmente, dentro da casa. “Nem bom dia diziam para ele”, lembra. O telespectador, que também rejeitava Dourado no começo, passou a ter simpatia por ele. Quando chorou, devido à pressão do jogo, Dourado virou definitivamente a competição a seu favor.

“Quando ele explodiu [no choro], mostrou seu lado humano. Falou para o público: Sou monstro, mas tenho coração. Foi o momento da virada.”

Boninho, no entanto, não se convenceu. “Ele é um ogro, falou muita besteira. Foi um bom jogador, mas também foi péssimo”, sentencia.

Para o diretor, Dourado foi bom jogador porque, além de saber tirar proveito de situações, funcionou bem nas edições ao vivo, tinha um bom diálogo com o apresentador Pedro Bial.

Mas também foi mau jogador: “Talvez por ser lutador, ele tem muita explosão pessoal, pavio curto. Quando é provocado, sai ofendendo. Falar ‘Se você não fosse mulher, te enchia a cara de porrada’, como fez com Angélica, foi um jogo perigoso”, analisa.

Outro mau momento de Dourado, diz Boninho, foi quando ele comemorou o “poder supremo” (benefício que o livrava de ir ao paredão). “Ele comemorou como um idiota”, atraindo a ira até de Lia. “Ele só conquistou Lia e Cadu no finalzinho”, lembra Boninho.

Boninho também acredita que Dourado tirou proveito da defesa da heterossexualidade. “Teve, sim, uma resposta [dos heterossexuais]“. Para Boninho, o programa suscitou um certo grau de “heterofobia”. E Dourado “foi nosso Clint Eastwood”.

“Esse Big Brother não foi feito para ser um Big Brother gay. A gente colocou cinco grupos, e só um deles era o colorido”, afirma.

Para Boninho, a “coisa mais chata” do programa foi a “Máfia Dourada”, como se auto-intitulou a torcida de Dourado, disseminando na internet aplicativos para votar em massa no competidor, numa tentativa de driblar dispositivos de segurança eletrônica da Globo.

A decepção não foi Tessália. “O cara que se enrolou foi o Uillian. Quando conversamos com ele na entrevista, ele falou queria entrar no programa para lutar. Mas ele foi ator. Se fosse mais malandro, teria usado o preconceito contra o negro a favor dele”, fulmina.

Por Daneil Castro R7

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