

Estas transformações são normais e fazem parte do desenvolvimento de homens e mulheres que estão entrando na adolescência. Esse é o período de descobertas, de transformação entre ser criança e o de assumir um papel na sociedade, onde nem tudo é mais aceitável, onde seu comportamento começa a dizer muito sobre você.
A fase entre os 10 e os 20 anos costuma ser marcada pelo primeiro beijo, primeiro amor, primeira decepção. É vista pelos pais como um período difícil para conter a ansiedade dos filhos nesse momento tão conturbado, que surgem as primeiras conversas e discussões sobre sexo, dúvidas, e incertezas. Contudo, é também o período mais lembrado como sendo um dos momentos mais felizes da vida.
A adolescência é uma fase onde a pessoa começa a conhecer a si mesma. A sexualidade aflora e a ansiedade em descobrir o próprio corpo também. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que na ultima Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita em 2009, 30,5% dos estudantes até o 9º ano já tiveram relação sexual alguma vez. A porcentagem do sexo masculino foi de 43,7% frente aos 18,7% do sexo feminino. Nas escolas públicas foram constatados mais alunos que já iniciaram a sua vida sexual 33,1% comparados aos das escolas privadas que resultou em 20,8% dos alunos.
Os pais são muito importantes nesta fase da vida. Precisam conversar com seus filhos e falar sobre sexo, formas de prevenção de doenças e gravidez, principalmente incentivar e alertar sobre a importância da camisinha. Muitos deles ainda enfrentam dificuldades para abordar o assunto “sexo” com seus filhos, mas especialistas da área desmistificam o assunto e afirmam que a sexualidade representa muito mais do que o ato. Ele envolve a descoberta do corpo, dos sentidos e está presente desde o ato gestacional, algo natural no desenvolvimento.
Consequências da falta de prevenção no sexo
O papo entre os amigos e a facilidade da internet, a liberdade que o tema esta sendo mostrado em programas de televisão todos os dias, leva os adolescentes a querer burlar etapas e a ter suas experiências sexuais antes mesmo de saber o que é, como é, e quando fazer.
Não muito longe, na década de 80 e 90, os jovens mesmo incentivados pela liberdade requerida na década de 60, não eram ainda tão motivados explicitamente para a devoção ao sexo. Mas os tempos evoluíram e as coisas mudaram muito de lá para cá. Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DSTs e Aids (PCAP-2008) do Ministério da Saúde, de 2009, detectou que a vida sexual destes jovens esta começando mais cedo: 36,9% tiveram relações sexuais antes dos 15 anos. Já entre as meninas, esse índice cai para menos da metade 17%.
Um dado que assusta é a incidência da doença em mulheres, adolescentes que não se prepararam com proteção no ato sexual. Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em novembro de 2009, foram registrados mais casos de contaminação da AIDS nas meninas entre 13 e 19 anos, do que em relação aos meninos, desde 1998. Atualmente, a cada oito meninos infectados existem dez casos de meninas. Antes, a proporção era de dez mulheres para cada grupo de 15 homens.
Após a década de 80 o HIV transformou o sexo em algo perigoso. No Brasil, existem cerca de 630 mil pessoas infectadas. Porém, cerca de 200 mil nem imaginam que possuem o vírus. Parece fácil imaginar que com tantas propagandas, e iniciativas privadas e governamentais para a divulgação sobre doenças sexualmente transmissíveis, ainda assim, o índice de jovens que não se protegem é alto. Resta saber o por quê, tendo em vista que informações na mídia não faltam.
O fato é: o que será que esta faltando para que os jovens que estão iniciando sua vida sexual entendam que precisam se proteger? Independe do sexo com amor, sem amor, primeiro ou segundo parceiro? O que deve ser levado em conta é que além de contrair doenças e muitas vezes, acabar com futuro saudável e promissor, isso pode causar a dor e a preocupação dos pais e familiares dos adolescentes.
AIDS e DSTs
AIDS: A AIDS é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV. A transmissão é feita pelo contato com sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno da pessoa doente. Os sintomas iniciais da doença são: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha.
Hoje a AIDS é uma das doenças mais temidas, pois ela não tem cura. Existe tratamento a base de coquetéis de remédios que ajuda o doente e ter uma melhora na qualidade e tempo de vida. Para não correr o risco de passar por este sofrimento ao contrair esta doença, é que de forma incansável os jovens são orientados a, desde a primeira relação, terem o hábito de usar a camisinha como assessório fundamental na relação sexual.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de AIDS – HIV/DST e Hepatites B e C do Município de São Paulo, divulgado no último dia 12 junho de 2010, entre o ano de 2000 e 2008, dos homens infectados por doenças sexualmente transmissível 28,9% era homossexual, 9,4 % bissexual, 37,8% heterossexual e 6,9% contraiu a doença através de drogas injetáveis. Já entre as mulheres, 94% eram heterossexuais e 6% delas contraíram a doença por compartilhar seringas. Entre agosto de 2008 e julho de 2009 ocorreram 37.955 mortes, sendo 29.296 do sexo masculino e 8.659 do sexo feminino.
HEPATITE B: É uma infecção das células hepáticas pelo HBV (Hepatitis B Virus) que se exterioriza por uma série de síndromes que vão desde a infecção imperceptível até a rápida progressão, que pode levar a morte. Os principais sintomas da doença são: a falta de apetite, febre, náuseas, vômitos, astenia, diarréia, dores articulares.
A hepatite B é transmitida pelo sangue, sêmen e secreções vaginais e, ou pela saliva. Para se prevenir é possível tomar a vacina específica e, para prevenção, caso contrário, após o contágio não ha cura, mas existe tratamento para os sintomas e as complicações.
HERPES: A Herpes Genital é uma doença que fica incubada no sangue, provocando feridas que ardem de tempos em tempos. O tratamento faz os sintomas desaparecerem, porém a herpes permanece no corpo e retorna quando esta com baixa imunidade ou estresse. A transmissão acontece quando há feridas ou bolhas e os sintomas da infecção são vermelhidão, cegueira e dor nos órgãos genitais.
SÍFILIS: A sífilis provoca feridas nos órgãos sexuais femininos e masculinos, além de manchas nos pés e mãos ela pode evoluir e provocar cegueira, paralisia, doenças cardíacas, neurológicas e até levar a morte. A transmissão da doença é feita através da relação sexual, ou da mãe para o bebê na gravidez e também através de transfusão de sangue. A doença pode ser evitada com o uso da camisinha, através de exame de sífilis no pré-natal.
Redatora: Cristiane Andrade
eband.com
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