domingo, 2 de maio de 2010

"Os Trapalhões", parte 2



20 Anos dos Trapalhões.
No dia 28 de dezembro de 1986, os Trapalhões comemoraram 20 anos de carreira com um programa especial dedicado à Campanha do Menor Carente, que marcava o início de uma série de campanhas que levaria ao ar pela TV Globo no decorrer do ano seguinte. Transmitido ao vivo do Teatro Fênix, 20 Anos Trapalhões – Criança Esperança foi ao ar às 11 da manhã e se estendeu por nove horas. Em cada um dos seus 28 blocos, fazia-se um balanço das doações da campanha e eram exibidas vinhetas sobre os direitos das crianças, entrevistas com convidados e documentários sobre experiências de apoio e recuperação de menores de rua. A partir de então, a TV Globo passou a exibir anualmente o especial Criança esperança. O Especial de 20 Anos Foi Dirigido por Victor Paranhos e Supervisionado Geralmente por Walter Lacet.

Em 1987, ocorreram novas mudanças: Maurício Tavares assumiu a direção e inseriu quadros inéditos, além de humorísticos musicais (com a presença de cantores convidados). Em 1988, Wilton Franco assumiu a direção do programa, que ganhou shows ao vivo com a participação do público e o público infantil passou a ganhar mais atenção, com brincadeiras, atrações e quadros voltados para esse público. O quarteto ainda se tornou parte integrante do elenco do extinto programa de rádio A Turma da Maré Mansa, transmitido pela Rádio Globo.


Sem Zacarias (1990-1993)
Em 1990, o humorístico estreou sem a presença de Zacarias, que falecera em 18 de março do mesmo ano. Renato Aragão afirmou que Zacarias não teria substituto e honrou o compromisso. Nessa nova fase a principal atração do programa foi o quadro "Trapa Hotel". No hotel cada trapalhão tinha uma função: Didi era o secretário-geral, Dedé era o secretário de esportes e lazer e Mussum era o segurança. Os outros empregados eram: Divino (Jorge Lafond), Sorriso (Tião Macalé) e o diretor Batatinha (Roberto Guilherme). A atriz mirim Duda Little tinha participação no quadro como filha adotiva e melhor amiga de Didi. No mesmo ano, fazia a sua estréia no programa o cantor Conrado, que era o galã do grupo e ficou por três anos e cinco meses no programa, além da sua atual mulher, a ex-Paquita Andréia Sorvetão.


25 Anos dos Trapalhões
Em 1991, o programa passa por outra reformulação: o rap tomou conta do grupo, que mostrava um bairro típico de qualquer cidade grande, onde aconteciam shows de cantores convidados e novos quadros, como a Oficina dos Picaretas e O Filho do Computador. Em julho, para celebrar os 25 anos dos Trapalhões, a TV Globo apresentou uma programação especial, com 25 horas de duração, durante a qual foram lançadas campanhas de conscientização sobre os direitos da criança, com arrecadação de donativos para as obras do Unicef. As comemorações tiveram início no sábado, dia 27, a partir de uma matéria do Jornal Nacional, seguida de flashes ao vivo do Teatro Fênix. No dia 28, a programação teve início às 7 horas com a missa celebrada ao vivo pelo cardeal D. Eugênio Salles e terminou no fim da noite, no Teatro Fênix, com a despedida e o agradecimento dos Trapalhões ao público. Os Trapalhões – 25 Anos teve direção de Wilton Franco e Maurício Sherman e direção geral de Walter Lacet e Aloysio Legey.

Vila Vintém
Em março de 1992, foi estreada a A Vila Vintém, que mostrava histórias passadas em uma rua de subúrbio, além da Agência Trapa Tudo. Didi era o vagabundo "Bonga" e acolhia a menina "Tininha" (Alessandra Aguiar), fugida de um orfanato – o primeiro quadro da dupla fez clara referência ao O garoto, de Charles Chaplin; Dedé era o dono de uma oficina; Mussum o mordomo de uma casa rica.

Sem platéia
Em 1993 o programa, dirigido agora por José Lavigne, sofreu grandes mudanças: saída da platéia das gravações e quadro. A nova estrutura foi dividida em duas partes: uma de esquetes e outra com história fixa com Didi e atores. A comédia Nos Cafundós do Brejo se passava na Caatinga nordestina e recebia tratamentos de história em quadrinhos.


O fim dos Trapalhões (1994)
Mussum faleceu em 29 de julho de 1994 e assim o grupo foi desfeito. Durante alguns anos (entre 1994 e 2000) a Globo exibiu reprises de antigos programas. Em 1995, por um breve período de tempo, as reprises do programa foram transmitidas ao vivo nas tardes de domingo pela Rede Globo por Renato Aragão e Dedé Santana. Os dois posteriormente voltaram a atuar juntos na TV no programa A Turma do Didi.

A briga
Em 1983 houve uma crise entre componentes do grupo e Renato Aragão, o que resultou na formação do grupo DeMuZa, que realizou, sem a presença de Renato, o filme Atrapalhando a Suate.

Aragão é frequentemente criticado por não prestar auxílio aos familiares dos seus antigos colegas, que passam necessidades. Em 1998, a família de Mussum, que chegara a passar fome, entrou com processo na Justiça contra Aragão pelo direito do artista de dispor sobre a utilização, distribuição e a reprodução de sua obra: os direitos autorais. Em um comunicado oficial, Aragão declara que sua empresa nunca deixou de cumprir com suas obrigações contratuais com Mussum, na forma determinada pela Justiça, em benefício de seus herdeiros.

Com a família do trapalhão Mauro Gonçalves, o Zacarias, que morreu em 1990, a acusação é diretamente contra a Globo. Em um processo movido em 1998, os familiares de Gonçalves reividincaram uma indenização e o pagamento dos direitos autorais do artista pelas retransmissões do programa Os Trapalhões entre 1995 e 1998. Segundo o processo, no caso de reapresentação do programa, está claro no contrato que o artista teria de receber da Globo 10% do que lhe foi pago pelo mesmo tempo de trabalho, com as devidas correções monetárias. No último cálculo, o montante solicitado pela família à Globo chegava a R$ 120 milhões.

Em 2004, Renato Aragão acena com uma reconciliação com o outro trapalhão sobrevivente, Dedé Santana, durante o programa Criança Esperança. Críticos disseram que a reconciliação foi uma jogada de marketing, num momento em que movimentos homossexuais ameaçaram entrar com processo contra Aragão por difamação e preconceito.

No ano de 2005, Dedé Santana se juntou a Beto Carrero e criou o programa Comando Maluco, exibido pelo SBT e cancelado em 2008, devido à morte de Carrero.

Atualmente
Após várias discussões e debates na Rede Globo, Santana reergueu sua parceria com Aragão no programa de televisão A Turma do Didi, dirigido por Guto Franco. O episódio foi transmitido em 22 de junho de 2008 e contou com a participação dos amigos juntos.

Comenta-se que a Globo resistiu mas sem nunca recusar a possibilidade dos últimos integrantes trabalharem juntos novamente. Para os antigos fãs da série, este acontecimento marca um real acordo entre os dois "trapalhões" remanescentes.

Após os momentos de nostalgia e brincadeiras entre a equipe técnica, que confirma que Didi ficou à vontade ao trabalhar com Dedé, o elenco surpreendeu-os com bolo e festa pela presença do humorista novamente na trupe. Foram quase quinze anos de distância profissional, mas a amizade, dizem eles, continua a mesma. Apesar de toda a alegria do reencontro, nenhuma menção ao extinto Os Trapalhões foi feita. "Reviver o passado é muito duro para nós dois. Não podemos fazer nenhuma referência; foi uma época de ouro, agora é outro trabalho, novos tempos", explica Aragão.

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